31/07/2015

Autismo - O Autista e Problemas com a fala, como ajuda-lo?


A Mariana agora fala lindamente graças a Deus.
Faço o convite, leiam. Soltei o verbo!

Caros leitores,

Uma vitória em nossas vidas é ver a Mariana falando;
Primeiramente graças a Deus, e depois, dando todo valor ao Vinicius Filho, um outro grande tesouro, que lhe ajudou muito, pois sua companhia foi espelho para vencer no falar.

A Mariana no inicio custou muito a falar, muitíssimo.
Era calada. Vivíamos aflitos e resolvemos ir ao encontro dela.

Nós estimulávamos sua fala. Perguntando e falávamos muito com ela.

Então aos poucos ela falou. Palavra curtas, múrmuros. Falou.

Depois disto, surgiu uma outra dificuldade, pois ficava falando numa linguagem própria. E ela se isolava e ficava falando sozinha, imitando nossos diálogos mas sem haver compreensão de palavras.

Ou seja, por ver nossos diálogos, imitava-nos e balbuciava palavrinhas, brincando de falar.

Então fomos ao encontro dela.

E o milagre mais lindo ocorreu novamente; e ela melhorou a dicção, falando palavrinhas que compreendíamos, e logo começou a montar suas próprias frases.

Juntando duas palavras, depois três... e assim foi crescendo na sua comunicação verbal.

Vitória. Emocionante Vitória.

E resumindo, hoje, ela fala pelos cotovelos, como dizem.

Antes, quando queria algo, ela nos puxava até o local, apontava. Lembro-me. Emociono-me.

Por vezes não entendíamos o que ela queria, e dai ela chorava. Zangava-se. Então o Vinicius Filho vinha correndo dizer: 

- Eu entendi, ela quer tal coisa.

Hoje, às vezes, ela ainda fica falando na linguagem inventada por ela, inglês - como me refiro brincando. Quando ela fica nervosa, agitada, ela emenda tudo, e de dez palavras entendemos uma.

Mas então, a gente fala pra ela: 

- Mariana, calma, fala mais devagar. 

(Uma dica de comunicação é sempre começar falando o nome da criança, de preferência olhando nos olhos dela, abaixando-se na altura de sua visão é ainda melhor)

Ao ouvir, percebe que está falando acelerado, então dá um sorriso, e recoloca-se a controlar sua fala, lindamente.

Agora relato um fato engraçado que ocorreu hoje. Fomos comprar um remédio na farmácia do bairro, na qual o dono nós dá facilidades de pagamento, então procuramos ter uma fidelidade de compras com ele. E ela vai sempre comigo no meu colo. Mas nesta semana compramos em outra farmácia que fica mais próxima de casa.

Porém na visita que lhe fizemos hoje, o dono disse que o medicamento que queríamos estava em falta. Então por cima da resposta do proprietário, ouviu-se:

- Pai, a gente compra na outra farmácia. Disse a Mariana.

Fiquei um pouco sem jeito, mas fiquei feliz. Pois, embora ela me entregasse ao dono da farmácia que comprei também no concorrente, ela falou tão bem, e entendeu o que ele havia falado, que foi um momento especial.

Ao chegar no carro comentei:

- Só temos bocas grandes nesta casa. E contei o acontecido.

Hilma (minha amanda mulher, mãe da Mariana e idealizadora deste blog) e Vinicius Filho sorriram de tudo.

-=-=-

Graças a Deus. Ela fala lindamente, entende tudo o que dizemos e tem uma memória melhor que a minha.

E nestes dias agora, está jogando banco imobiliário com o Vinicius Filho. Ela tem quatro anos, e ele oito.

-=-=-

Este post dedico a minha Amada e Querida Mulher Hilma, a quem devo toda gratidão por ter me dado estes tesouros, Vinicius e Mariana.

Somos todos autistas, pois se temos um em casa, temos que ser igual a ele, para ele ser igual a nós.

-=-=-

Aos que lerem, se puderem compartilhar, curtir, etc. Agradeço. Pois o autismo deve ser compreendido por todos, se derrubarmos o preconceito, o Autismo e todas as outras necessidades especiais vão acabar, pois todos vão ser respeitados como são, de acordo com são seus mundos de necessidades especiais. E vai chegar o dia que poderemos levar nossos filhos ao banco, pegar a fila de prioridade, e não vai ter ninguém falando pelas nossas costas que você está furando fila ou que está usando uma criança para ser atendido mais rápido. Isto já aconteceu comigo.

Todos temos o direito de ir e vir, e estes tem mais ainda, pois não queremos deixar nossos filhos ou entes queridos presos. Não são doentes e não devem ser condenados a viver presos ou isolados de uma sociedade ainda imatura, sem conhecimento, e infelizmente algo deve ser dito, cheia de preconceitos para com estes inocentes. 

Tais Seres Especiais tem por eles apenas seus familiares, cuidadores, e o olhar abençoado de Deus, protegendo-os.


Por: Vinicius Costa, Pai da Mariana

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