A Mariana agora fala lindamente graças a Deus.
Faço o convite, leiam. Soltei o verbo!
Caros leitores,
Uma vitória em nossas vidas é ver a Mariana falando;
Primeiramente graças a Deus, e depois, dando todo valor ao
Vinicius Filho, um outro grande tesouro, que lhe ajudou muito, pois sua
companhia foi espelho para vencer no falar.
A Mariana no inicio custou muito a falar, muitíssimo.
Era calada. Vivíamos aflitos e resolvemos ir ao encontro
dela.
Nós estimulávamos sua fala. Perguntando e falávamos muito
com ela.
Então aos poucos ela falou. Palavra curtas, múrmuros. Falou.
Depois disto, surgiu uma outra dificuldade, pois ficava
falando numa linguagem própria. E ela se isolava e ficava falando sozinha, imitando nossos diálogos mas sem haver compreensão
de palavras.
Ou seja, por ver nossos diálogos, imitava-nos e balbuciava
palavrinhas, brincando de falar.
Então fomos ao encontro dela.
E o milagre mais lindo ocorreu novamente; e ela melhorou a dicção,
falando palavrinhas que compreendíamos, e logo começou a montar suas próprias
frases.
Juntando duas palavras, depois três... e assim foi crescendo
na sua comunicação verbal.
Vitória. Emocionante Vitória.
E resumindo, hoje, ela fala pelos cotovelos, como dizem.
Antes, quando queria algo, ela nos puxava até o local,
apontava. Lembro-me. Emociono-me.
Por vezes não entendíamos o que ela queria, e dai ela
chorava. Zangava-se. Então o Vinicius Filho vinha correndo dizer:
- Eu entendi,
ela quer tal coisa.
Hoje, às vezes, ela ainda fica falando na linguagem inventada por ela, inglês - como me refiro brincando. Quando ela fica nervosa, agitada, ela
emenda tudo, e de dez palavras entendemos uma.
Mas então, a gente fala pra ela:
- Mariana, calma, fala mais devagar.
(Uma dica de comunicação é sempre começar falando o nome da criança, de preferência olhando nos olhos dela, abaixando-se na altura de sua visão é ainda melhor)
Ao ouvir, percebe que está falando acelerado, então dá um sorriso, e recoloca-se a controlar sua fala,
lindamente.
Agora relato um fato engraçado que ocorreu hoje. Fomos comprar um remédio na farmácia
do bairro, na qual o dono nós dá facilidades de pagamento, então procuramos ter
uma fidelidade de compras com ele. E ela vai sempre comigo no meu colo. Mas nesta semana compramos em outra farmácia que fica mais próxima de casa.
Porém na visita que lhe fizemos hoje, o dono disse que o medicamento que queríamos estava em falta. Então por cima da resposta do proprietário, ouviu-se:
- Pai, a gente compra na outra farmácia. Disse a Mariana.
Fiquei um pouco sem jeito, mas
fiquei feliz. Pois, embora ela me entregasse ao dono da farmácia que comprei também no concorrente, ela falou tão bem, e entendeu o que ele havia falado,
que foi um momento especial.
Ao chegar no carro comentei:
- Só temos bocas grandes nesta casa. E contei o acontecido.
Hilma (minha amanda mulher, mãe da Mariana e idealizadora deste blog) e Vinicius Filho sorriram de tudo.
-=-=-
Graças a Deus. Ela fala lindamente, entende tudo o que
dizemos e tem uma memória melhor que a minha.
E nestes dias agora, está jogando banco imobiliário com o
Vinicius Filho. Ela tem quatro anos, e ele oito.
-=-=-
Este post dedico a minha Amada e Querida Mulher Hilma, a
quem devo toda gratidão por ter me dado estes tesouros, Vinicius e Mariana.
Somos todos autistas, pois se temos um em casa, temos que
ser igual a ele, para ele ser igual a nós.
-=-=-
Aos que lerem, se puderem compartilhar, curtir, etc.
Agradeço. Pois o autismo deve ser compreendido por todos, se derrubarmos o preconceito, o
Autismo e todas as outras necessidades especiais vão acabar, pois todos vão ser respeitados como são, de acordo com são seus
mundos de necessidades especiais. E vai chegar o dia que poderemos levar
nossos filhos ao banco, pegar a fila de prioridade, e não vai ter ninguém falando pelas nossas costas que você está furando fila ou que está usando uma
criança para ser atendido mais rápido. Isto já aconteceu comigo.
Todos temos o direito de ir e vir, e estes
tem mais ainda, pois não queremos deixar nossos filhos ou entes queridos
presos. Não são doentes e não devem ser condenados a viver presos ou isolados
de uma sociedade ainda imatura, sem conhecimento, e infelizmente algo deve ser
dito, cheia de preconceitos para com estes inocentes.
Tais Seres Especiais tem por eles apenas seus
familiares, cuidadores, e o olhar abençoado de Deus, protegendo-os.
Por: Vinicius Costa, Pai da Mariana